O Alaúde de pedras
tem cordas em sino
Que batem rumores,
Que cantam as dores,
Do lume do céu.
Dobradiças cantantes
sob fios transparentes
Véus de seda e nuvem
Sob o branco vale,
onde da torre emana
a poesia dourada
dos infinitos campanários
No amanhecer de pedras
Toda luz sonora perfura
Celeste colunas brancas
Suspensas em templos etérios
Carruagens douradas vincam
as areias do firmamento
em busca do som do sino
no crepúsculo rubro-azul de rubis
Os anjos assistem extasiados
as badaladas fulgurantes
da aurora ao lusco-fusco
música miragem
faz a abóboda iluminada
de um templo infinito
Reluzem dourados sinos
em gestos de meia-lua,
petrificando em sons
seus hinos abstratos
nos vitrais do tempo.
Torres altíssimas,
coretos de nuvens
e uma catedral sépia
de sonho eternal
repousa longamente
nesta paisagem dourada
que é só pressentimento.