Qual destes céus, oh Céus,
É o mais belo?
Céu de sentimento…
O Céu é uma Flor Azul
No pensamento?
Nuvens pastam na vaga
Da poesia…
Céu de sentido e
sol
Pacífico
E profundo
Do branco ao plúmbeo
E o púrpuro lírio
Do crepúsculo?
As nuvens valsam
No vento…
Céu de estrelas ausentes
Uma lua branca e bela
Lampejante e gélida
Efígie de São Jorge
No camafeu
Do firmamento?
As nuvens são puro algodão
Em botão!
Ou, o céu
De estrelas faiscantes?
Na imensidão ebúrnea,
Misteriosa escuridão
De mil olhos distantes
E mil flores cintilantes?
As nuvens são carruagens
De tempestade!
Ou ainda?
O céu que tinge
De Royal
O mar
E vai ao encontro
De Iemanjá?
As nuvens na água
São flores de Iemanjá!
Será mais lindo o céu
Do infinito?
Céu vocal
De harpa verdelírica,
Ou céu de Sinos
E seus sons de ouro?
Dobrando a eternidade
Uma ciranda de anjos
Celestiais…
As nuvens são pontes curvas!
É melhor o céu
Da nossa alma?
Ou de um jardim floral
E Frutal
Atrás de
De um bosque lilás?
O céu de uma aquarela
ou aquele que te
abraça
quando abres a janela?
As nuvens são novelos de azul.
Ou um céu pintando?
Plástico e dramático!
As nuvens são traços
De Fragonard!
Qual céus, Oh Céus?
É o mais bonito?
O céu mais bonito
É o que está
No infinito…
De puro ar
Azul,
Asas do vento…
As nuvens são anjos
A esperar…
O céu mais bonito! É difícil de lembrar. Mas aquele céu daquela tarde fresca com poucas nuvens, depois daquele cochilo, de fato, é difícil de esquecer.