Essa cidade cor d’ouro ficou rósea
Grão de poeira vermelha
Caído na tinta fresca de Goiânia
Tornou-a aquecidamente rosa
Essa cor ganhou pétalas
Que nos acariciam
Com as mão do vento
Um vento quente!
Goiânia vive
De um verão eterno
Proclama flores
O ano inteiro,
Nas águas
Ou na estiagem.
Cidade de tecido
Feito lã, linho,
Algodão
Aqui as maçãs do algodão
São goiabas
Como no lago das rosas
Floresce concreto.
E o Coreto?
É portal do tempo
Que no arco da tarde
Vê-se um menino
De suspensório azul
Essa cidade,
Essa cidade
Cor de manga
Sabor de pequi
Ao som do Bem-te-vi.
Um dia jogaram
Para protestar
Papel Higiênico
Na estátua do Anhanguera
Que indignado quis partir
Mas não havia mais
Canteiro pra onde ir…
O relógio alto
Como torre
Marca o tempo
Da Goiás
E de Goiânia
Como batidas
De um coração…
Goiânia tem lembranças
De esmeraldas
Que continuam a rolar
Nos rios róseos de seus palácios.
Sua memória é verde
Verde-esmeralda e
Verde-esperança!
Valéria Cristina Pereira da Silva – 24 de outubro de 2020.