Ontem fui ao pomar
Provar amoras amorais…
Amoral? É com amor, com amora ou imoral?
Um abacate dá lição de curvas lisas,
as bananas falam de sonhos de sardas
as amoras tem memórias de estar no Jardim das delícias…
Ontem foi passado do presente
Nem as amoras existem mais
Nem os lábios vermelhos
Nem a tinta nas mãos
Não há amoras na boca e nem amor…
Amoral torna-se simplesmente sem amoras
Sem doce, sem cor, sem nada.
Por que ontem é fogo-fátuo em esquecimento
Epitáfio apagado em lápide gélida!
E sentar-se a sombra num banco de mármore.
O presente será o amanhã e não o ontem!
As amoras, amores, findaram na estação
Porque ontem não existe mais…
Amoras só próximo verão
de novo amor, nova paixão
Alado coração que no vento voa,
que no vento vaga
E na ventania tanto viaja quanto veleja
Porque ontem não existe mais!
Hier déjà n’existe pas!
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