Cecília Meireles e Sophia de Mello Breyner Andresen “encontraram-se” cruzando o Atlântico, encontraram-se também no interlúdio do período histórico em que viveram, mas sobretudo, encontraram- -se a partir da leitura e das possíveis influências da obra de Cecília Meireles na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen e por último encontraram-se no encantamento com que viram, cada qual, o outro lado do Atlântico. Este trabalho consiste numa abordagem de geografia literária e fenomenológica, envolvendo a premissa de uma geopoética da partilha entre as duas autoras.
Como acadêmica, Valéria Cristina Pereira da Silva produz pesquisas nas áreas de Geografia, Imaginário, Literatura e Arte, as quais resultaram, entre outras coisas, nos seguintes trabalhos:
O mar entre Cecília Meireles e Sophia de Mello Breyner Andresen: partilhas espaciais e literárias através de imagens poéticas entre Portugal e o Brasil
A casa da poesia: os espaços e as imagens como morada do afeto
Neste ensaio seguiremos a fenomenologia de Gaston Bachelard, filósofo do espaço e da poesia, que melhor interpretou o espaço vivido por meio de várias imagens da intimidade, da topofilia e das mais completas imagens da casa.
As “cidades invisíveis” revisitadas: imagens e imaginário.
As “cidades invisíveis” estão dentro de nós, e vão o mais longe no sonho e o mais perto na realidade. Tecidas por fios imaginários, feitas de texto, tratam do simbolismo do espaço e são recriadas através dos valores literários que o próprio Calvino estabeleceu para este milênio: são elas mesmas leves, concisas, exatas, múltiplas e, paradoxalmente, plenas de visibilidade.
O imaginário da cidade da Bahia-de-Todos-os-Santos: Guia de ruas e mistérios de Jorge Amado
A cidade tem sido fonte de inspiração para diversos escritores há muito tempo. A narrativa amadiana enquanto um importante elemento do imaginário da cidade de Salvador. Partimos do livro Bahia de Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios. Nesse livro, Jorge Amado traz a cidade de Salvador não como cenário, mas como tema e a partir de uma prosa poética mostra-nos uma cidade real e imaginária, cheia de mistérios.
Nave Pensamento e Outras Histórias para Infância de Maria Luísa Ribeiro: sobre educar as emoções
As boas histórias infantis são aquelas que além de criar envolvimento a partir do enredo também educam. Tais narrativas educam no complexo tema dos valores humanos e para a argúcia da formação emocional cujos conteúdos nem sempre são de fácil abordagem. A obra infanto-juvenil de Maria Luísa Ribeiro é uma viagem ao país das emoções e permite-nos colocar as seguintes questões: é possível educar as emoções?
O patrimônio de palavras: poetas e poemas no espaço da cidade.
A literatura e o patrimônio encontram-se na cidade forjando novos espaços de sentido através do contato com a exposição de esculturas fotográficas de poetas, textos, poemas impressos no chão e (ou) em murais, paredes, esculturas e monumentos diversos.
Goiania na literatura
A pesquisa consiste em uma leitura da obra selecionada “Em Busca do Coração no Sábado à Noite” do autor Miguel Jorge, juntamente a uma perspectiva ontológica do espaço imaginário que é criado da cidade de Goiânia. Nesse novo contexto geográfico que será traçado grande parte das obras modernas, assim, Geografia como espaço físico, social, histórico e político carrega em si o grande peso de levar a Literatura ao lugar em que ela evoluiu e continua em constante mudança.
Hollywood no Cerrado e o poder da imagem sobre o espaço da sobrevivência ao devir.
A busca por compreender as imagens fantasmáticas apresentadas no documentário Hollywood no Cerrado (2011) consistiu no objetivo central deste artigo. O documentário traz um valor de memória que colabora com a identidade da própria cidade de Anápolis e torna-se surpreendente para quem o assiste. Imergir nestas imagens cinematográficas e o que elas contêm de espaço, tempo e imaginário entre o fantasma e a fantasia é a tarefa aqui posta em movimento
Gaston Bachelard e o espaço: fenomenologia e ontologia como poéticas do vivido
Gaston Bachelard cultivava uma imagem do Geógrafo em seus textos filosóficos: um geógrafo universal e imaginário, da imaginação bachelardiana que, talvez, tivesse o seu espelhamento emblemático e romântico em Humboldt. Todavia, mal sabia Bachelard que fornecer-nos-ia, a nós geógrafos, um método em profundidade.
Cidade de Goiás na Literatura: paisagem e imaginário da cidade
O projeto de pesquisa que deu origem a este artigo busca compreender a paisagem cultural da Cidade de Goiás no imaginário social através da ótica da geografia cultural, onde procura-se estabelecer um elo entre o espaço e a poesia, trazido principalmente através da análise de vários autores e autoras nascidos em Goiás que escreveram poemas e crônicas sobre a Cidade de Goiás.
Goiânia, metrópole do sonho de pedra: o silenciamento do imaginário feminino no romance Chão Vermelho de Eli Brasiliense.
Aceitamos correr o risco de pesquisar o imaginário feminino a partir das(os) protagonistas de Eli Brasiliense; escritor goiano de Chão Vermelho (1956), obra literária que narra a história de Goiânia sendo construída na década de 1950, onde há, no imaginário popular, a imagem de Nossa Senhora que representa o arquétipo do imaginário feminino que estamos pesquisando, reprodução, portanto da Mãe-Santa ou Cidade-Mãe que protege seus filhos e que amenizaria os pecados dos filhos embrutecidos pelo sonho não alcançado na cidade
A casa da ponte e o ninho vazio: a geograficidade na poesia de Cora Coralina e Leodegária de Jesus
O título remete a símbolos utilizados pelas autoras em seus poemas e que mais tem semelhança pois revelam a proximidade delas com a Cidade de Goiás. O trabalho também pretende identificar a influência que a literatura tem no espaço, observando o museu de Cora e a Livraria Leodegária de Jesus.
A cidade na cultura do cordel: o caso de juazeiro do norte
Este trabalho envolve literatura e imaginário, trazendo o problema de pesquisa: como a literatura de cordel contribui para o entendimento do imaginário da cidade?
Viagens para fora e para dentro: o encontro entre literatura e turismo
Que possibilidades de interlocução podem existir entre turismo e literatura? Essa pergunta mobiliza o presente trabalho, cujo objetivo é elaborar uma interpretação da viagem como ponto de aglutinação entre essas duas atividades humanas. Uma premissa teórica se coloca como suporte das reflexões: tanto o turismo quanto a literatura promovem viagens.
Venise des deux côtés du miroir : imaginaire et identité entre l’amour et la mort
A cidade de Veneza, profundamente imaginária e simbólica, está registrada em inúmeros documentos de cultura, tais como, na literatura, na pintura, no cinema, na música, na fotografia entre outras artes. Nesta abordagem tomaremos a narrativa literária e poética como fonte privilegiada de investigação para compreender o imaginário e a identidade desta cidade, intimamente ligada ao […]
La ville et l’imagination: paysages post-utopiques à l’ére de la sensibilité
As mudanças que ocorreram na vida urbana e na cidade desde os anos de 1970 são visíveis e reconhecidas. Afloraram na primeira década do século XXI, delineando de forma mais efetiva a cidade depois da modernidade. Esta investigação consiste em um estudo das transformações na paisagem urbana de Brasília, Goiânia e Belo Horizonte (capitais brasileiras […]
A Janelas e os Olhos
A janela é um recorte de luz que nos permite ver e, por vezes, sermos vistos. Gaston Bachelard em sua Poética do Espaço nos diz que, iluminada pela lâmpada, as janelas são os olhos da casa! Janelas nos permitem ver e são elas mesmas a paisagem. Nas cidades históricas, sem muros, as janelas podem ver […]
Espaço e literatura na paisagem cultural: Referências francesas nas cidades de Goiás e Goiânia no início do século XX
O presente trabalho busca compreender a constituição do imaginário urbano das Cidades de Goiás e Goiânia a partir de referências e influências francesas recebidas no início do século XX. O estudo envolve a relação entre espaço e literatura na constituição do imaginário dessas cidades. As referências francesas em Goiás e Goiânia dão-se a partir de […]
A Geografia serve, antes de mais nada, para organizar a viagem: real e imaginária
Neste artigo retomo a trama essencial entre geografia, viagem e literatura, vislumbrando que tal entrelaçamento está presente na origem da Geografia e manteve-se na construção do saber geográfico como um tripé articulado, resultando em pontos de força significativos e pujantes. A relação entre geografia, viagem e literatura também é vista a partir da obra de […]
As águas passadas movem os moinhos da memória: narrativas de uma infância ribeirinha
O rio antes de ser um “recurso natural” é um lugar que nossa alma habita, uma paisagem de sonho. As águas conduzem a uma experiência que faz sonhar e os mitos mais profundos da humanidade podem surgir às margens de um rio. Infelizmente, nem sempre podemos beber da água e banhar-nos do rio que sonhamos. […]
O lugar ontológico em San Junipero: tecnologia, mito e distopia
San Junipero é uma cidade virtual, mas não apenas isso. É também umaespécie de paraíso virtual, de paraíso artificial, ao modo da Matrix, na sérieBlack Mirror. Buscamos compreender fenomenologicamente esse espaço ficcional de San Junipero, pleno do imaginário. Como sabemos, nossos sonhos contêm as mais densas realidades; nossas fantasias nos dizem quem somos, o que […]
Paisagem e viagem na poética de Cecília Meireles
O presente trabalho propõe-se identificar como o olhar da poeta Cecília Meireles aproxima-se do olhar do geógrafo, que através de uma experiência empírica possibilita diversas leituras sobre os lugares e espaços experienciados. O diálogo entre Geografia e Literatura permite-nos descortinar os horizontes para apreender os detalhes que a ciência e a arte proporcionam em seu […]
O espaço é a flor azul do imaginário: Gaston Bachelard e Walter Benjamin em Paris – a descoberta de uma paisagem literária
O trajeto investigativo desta proposta foi compreender o imaginário da cidade, a partir do aporte teórico-metodológico presentes na fenomenologia da imaginação de Gaston Bachelard e na montagem benjaminiana, onde a flanerie e a topofilia poética bachelardiana são articuladas. G. Bachelard (1884-1962) e Walter Benjamin (1892-1940), são lidos a partir das obras que se relacionam com […]
A cidade do Porto e Harry Potter: a paisagem imaginária
O olhar estrangeiro estendido sobre o horizonte da paisagem da cidade do Porto-Portugal proporcionou o encontro também com obra “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Este contexto, despertou-me a busca pela paisagem imaginária e as conexões entre esta obra de ficção e a cidade o que resultou neste ensaio. Geografia, literatura e imaginário consistem em […]
A construção da temporalidade e as novas sensibilidades em Goiânia: Imaginário e Literatura
Goiânia consistiu na experiência de criação da cidade planejada como a transformação espacial, completa e simultânea, independente da diacronia, no contexto do seu surgimento. Contudo, hoje o desenho e mesmo seu plano há muito já se transformaram e não mais correspondem às ideias originais. Buscamos compreender tais transformações a partir da construção da temporalidade que […]
O Imaginário entre a Geografia e a Literatura
Esse artigo apresenta a relevância dos estudos de Geografia e Literatura, apresentando a contribuição que a filosofia do imaginário de Gaston Bachelard pode trazer a esta perspectiva de uma leitura do espaço na literatura, com suas sensibilidades e profundidades e, do mesmo modo, como na literatura redescobre os muitos sentidos de espaço que ela carrega, […]
Geografia, Literatura e Imaginário: um saber para sensibilidade
A literatura e as outras artes são, a priori, fontes privilegiadas de acesso à cultura e ao imaginário social. A partir delas, também o espaço e o tempo descortinam-se como referências, através dos comportamentos, que, como ilustrações, emergem dos personagens, nas suas tramas variadas e surpreendentes. Assim, como emergem saberes, astúcias e alternativas poético-simbólicas. Um […]
Texto Síntese – Campo 29/09/2019
Referente ao trabalho de campo para cidade de Goiás, realizado em 29 e 30 de setembro de 2019. Distribuição interna. Disponível pelo link http://valeriacristinasilva.com.br/wp-content/uploads/2019/10/A-Cidade-de-Goiaìs-em-Cores-Vivas.pdf
A Janela Caleidoscópica: educação e sensibilidade através da Geografia da Arte
O presente texto consiste num relato de experiência no ensino superior sobre a forma, os conteúdos e as atividades trabalhadas a partir da disciplina Geografia da Arte. O objetivo central desta proposta consistiu em explorar os saberes, o imaginário e a memória presentes nas obras de arte, como instrumental para interpretar e analisar o espaço, […]
Goiânia: um mosaico imaginário: modernidades e micro-tempo-territorialidades
O presente artigo tem por objetivo apresentar o estudo da cidade de Goiânia partir da relação entre temporalidade, imaginário e as sensibilidades cotidianas. A cidade de Goiânia, assim como Brasília, Belo Horizonte e Palmas é uma cidade que surgiu a partir de projetos e planos sofisticados, distinta das cidades históricas cujos espaços estão atrelados à […]
O Circuit de Belle Dormant e a paisagem da ficção: o espaço e o tempo a partir do conto de Perrault
SILVA, Valéria Cristina Pereira da. Revista do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. ILC – Instituto de Literatura Comparada, Porto, Portugal, n. 33, p. 279-301, 2015. Disponível em: http://ilc-cadernos.com/index.php/cadernos/issue/view/26
A imagem e o imaginário da cidade paradigmática: uma leitura do espaço-tempo no filme Meia Noite em Paris.
Paris é uma cidade emblemática e paradigmática por ser a mais difundida em imagens. A paisagem, o urbanismo, as formas arquitetônicas serviram de modelo para as cidades em todo mundo, inclusive no Brasil. Falar de imaginário da cidade, em qualquer contexto, implica em recorrer a esse espaço referencial. Trata-se de uma cidade que contém o […]
Viagem e memória em Veneza: o imaginário da cidade entre a água e os sonhos.
O presente artigo busca compreender a cidade imaginária através do simbolismo da água. A imagem de Veneza é analisada a partir da fenomenologia da imaginação unida à experiência, a percepção e o contato com a própria cidade. A Veneza poética, simbólica, transcendental, arquetípica presente na consciência dos poetas da forma e das palavras, dos sons, […]
O espaço fluído no imaginário das artes contemporâneas: a sensibilidade emergente.
As artes são, a priori, fontes privilegiadas de acesso à cultura e ao imaginário social. A partir delas, o espaço e o tempo descortinam-se como referências nas quais emergem saberes, a percepção, as astúcias, angústias, questionamentos e alternativas poético-simbólicas do momento. As artes pinçam o zeitgeist – o espírito de época – a mentalidade do […]
Espaços imaginários no filme “A Dama na Água” de M. Night Shyamalan: a narrativa na pós-modernidade.
As obras de arte contemporâneas dizem muito sobre a nossa época, sobre o modo como a percebemos e como a vivenciamos. É com esta intenção que buscamos neste trabalho fazer uma leitura dos espaços imaginários e da narrativa na pós-modernidade a partir do filme A Dama na Água do cineasta M. Night Shyamalan. Dentre os […]
Goiânia, Brasília e Belo Horizonte: paisagens sensíveis e imagens culturais.
Muitas transformações ocorremno mundo urbano a partir de mudanças estéticas, culturais e atitudinais que inovam nos artefatos urbanos, seus usos,no modo de sentirese relacionar com tais estruturas. As cidades de Goiânia, Brasília e Belo Horizonte foram capitais planejadas e, atualmente,já acumulam temporalidades e constituem-se em metrópoles contemporâneas, nas quais buscamosanalisar o rompimento coma imagem predominante […]
Palmas. A última capital projetada no século XX
Esse livro é mesmo um convite à viagem imaginária que começa por Palmas (TO), mas pode nos levar muito além, em direção a uma cidade em busca do seu tempo, concebida pela autora como construção imaginária, que transforma o espaço urbano em lugar de construção de sentido, criando uma cidade sensibilista. […]