As artes são, a priori, fontes privilegiadas de acesso à cultura e ao imaginário social. A partir delas, o espaço e o tempo descortinam-se como referências nas quais emergem saberes, a percepção, as astúcias, angústias, questionamentos e alternativas poético-simbólicas do momento. As artes pinçam o zeitgeist – o espírito de época – a mentalidade do período e seu universo de sentido. O que há nele de secreto e invisível ganha evidência. Desse modo, a arte põe a ver, a sentir, pensar e a imaginar. Neste artigo pretendo abordar fenomenologicamente obras de artes visuais que trazem o imaginário da fluidez e os sentidos perceptivos como um sintoma do espaço-tempo em que vivemos e suas implicações. A partir do recorte das obras de Tom Storm, Cao Guimaraes, Ernesto Neto, Laura Vinci, Vinícius de Souza Almeida, Neli Azevedo, Adriana Giora, Li Hongbo e a exposição “Olfatória: O cheiro na Arte” na X Bienal do Mercosul busco identificar como as formas do sensível são postas em ação e como as imagens da fluidez desdobram-se em lugar e paisagem.
Como citar:
SILVA, Valéria Cristina Pereira da. Revista Geografia, Literatura e Arte USP. vol. 1, n. 1, p.94-123 2018. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/geoliterart/issue/view/8169