De flamboyants, amarelos, laranjas, vermelhos,
E o aroma dos galhos secos
Fazem cantar a Cidade Amarela
Goiânia com todas as suas goiabas maduras.
Verde e amarela por fora e vermelha por dentro.
Suas paredes pintadas cor de pequi
A cidade abre-se para o céu cintilante de azul
Sua lua tem o sorriso do Gato de Alice
Suas árvores gotejam o frescor do universo
Ipês brancos e Jacarandás
unem-se numa faiança d’ além mar
Suas vacas mansas continuam
Apascentadas nas pastagem douradas
Em busca do ribeirão da memória
Suas Igrejas ainda tem sinos que badalam
Como preces, como promessas.
Os pássaros descansam nas suas pedras,
Nas hastes, nas janelas de suas torres-cubo.
Seus círculos confluem
Por entre calçadas de caramelos
Bancos, praças e coretos de nuvem
Suas vitrines brilham opacas
Porque os empórios encantam mais
Goiânia tem as cores do arco-íris,
Bordadas quando as primeiras
Águas acariciam o sol.
Depois da chuva,
Apenas sua luz amarela
rebrilha no horizonte
Acesa como um vaga-lume
É relicário
Na vastidão do espaço.