Águas claras cantantes
a travessia das pedras do riacho
é o caminho natural
para o jardim azul

Um vergel na
Outra margem
Do vento

 A ponte, porém,
É o perfume
das flores
na lembrança

Nossa fronte
enternece
com a nuvem
que jorra da fonte

Entre água e o vento

O jardim azul
Exala em meu pensamento
Essências que são
Inflorescências
De sonho e sentimento…

Adormeço no púrpuro
crepúsculo
pousada no cristal da pluma

A manhã seguinte
é som e sentido
olhos abertos em viagem

as gotas são vitrais
de uma eterna estrela
que jamais se esvai
e o jardim azul
lá está, como sempre foi.

E se no jardim, ainda,
Camões se encantasse
Da rosa
Ela seria azul
Um azul sobre o azul
com alma de lua.