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Todas as coisas partem
na partitura do relógio
a lucidez da morte
é uma tarde sem fim,
mais uma noite fria..
As amizades são espigas já colhidas….
As vaidades trajes que usamos no verão da vida
Os amores, as glórias, as fortunas morrem conosco
Quando o sol da ilusão se vai…
Não calculo perdas,
Não procuro danos…
Dei as mãos aos desenganos
O filme que assisti cem vezes
Não era a rosa púrpura do Cairo
E agora,
O que resta amiga?
Um poema mumificado,
um sonho mofado e nada mais…
Category: poesia