Poema do amor eterno

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Eu posso te amar
Sem te tocar
Porque sentir
É chama
Que por si arde,
Queima e flama
E ao queimar
Alimenta-se
Da bondade
Dos gestos
Da música
De sua existência…
Há uma ponte curva
Entre o meu olhar e o teu
E se nunca te vi,
Você veio ao meu encontro
Desfazendo o segredo da solidão
E se nunca te abracei
Sua voz envolveu-me
No escuro da noite imensa!
Se jamais te beijei
Te amei em todas as minhas vidas
E te dei a mão em todos os sonhos
Porque tua alma adentrou a minha
E nos reconhecemos sempre
Num século ou noutro!
Quantas vezes morri nos seus braços
E quantas nasci ao teu lado…
Quantas vezes nos encontramos apenas uma vez
E quantas vezes partilhamos uma vida inteira!
Num campo florido
Num numa cabana de lenda
Num quarto de abóbada estrelada…
Ainda me lembro num tempo qualquer
Nos encontramos na ponte de Londres recém-construída.
Lembro-me ainda naquela montanha de um tempo distante
Quando me disse adeus pensando que era para sempre
E colheu as rosas espinhentas cravadas na rocha
Que me entregaste com as mãos sangrando
Manchou-me também meu coração.
Parti para sempre daquele tempo em meu cavalo azul,
um chapéu de cone e o lenço do vento…
Não importa quantas vezes eu me case
ou com quantos homens eu me deite, em quantas vidas…
Somos fogo de uma chama recriada, sempre acesa
Porque Deus existe
e nos forja sempre no mesmo símbolo
Entre o tempo e a eternidade para recomeçar…
Nunca te amarei só um dia
Você e eu somos o absoluto no sempre!
E lá no céu, depois e antes de todas as eras
Nós dois seremos sóis
Uma só estrela….

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