O trajeto investigativo desta proposta foi compreender o imaginário da cidade, a partir do aporte teórico-metodológico presentes na fenomenologia da imaginação de Gaston Bachelard e na montagem benjaminiana, onde a flanerie e a topofilia poética bachelardiana são articuladas. G. Bachelard (1884-1962) e Walter Benjamin (1892-1940), são lidos a partir das obras que se relacionam com a cidade de Paris e o modo como viveram e escreveram sobre a cidade. De maneira alegórica e fenomenológica, tomamos a imagem da flor azul como símbolo do espaço na filosofia da imaginação e do imaginário, assim como a sobrevivência do romantismo novalino presente tanto no pensamento de G. Bachelard como de W. Benjamin. A flor azul é a imagem direta da imaginação, manifesta na consciência e no desejo também como um lugar a ser alcançado e, ao mesmo tempo, emblema de uma dimensão oculta, de algo que espera para ser revelado. A ontologia do espaço no imaginário é o tema central deste trabalho, cujos objetivos consistem em compreender o espaço vivido nas paisagens literárias como vertente temática do imaginário da cidade e, sobretudo, compreender o imaginário demonstrando as relações existentes nestes dois percursos teórico-metodológicos, com as perspectivas e possibilidades de desenvolvimento entre o estudos de Geografia e Literatura, por meio da paisagem literária que se desdobra no imaginário da cidade.
Como citar:
SILVA, Valéria Cristina Pereira da. O espaço é a flor azul do imaginário: Gaston Bachelard e Walter Benjamin em Paris – a descoberta de uma paisagem literária. Revue Confins. Disponível em https://journals.openedition.org/confins/30787#text