Cidade Velha

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O latejar das chaminés

E as tramelas  esquecidas

 Costuram treliças, trapézios, trapiches…

Ourivesaria do infinito

 

 

Um candelabro acende

A cada lembrança.

 

As esculturas da memória

secretam uma lição do tempo

 

 

As águas-furtadas

Cantam telhados de outrora

Nas confrarias oníricas

 

A textura dos vórtices

Abrem-se em cúpulas imaginárias

Quartos, hotéis, relógios?

 

Palácios de silêncio

Oxidam sob alfinetes de ficção.

 

Cinza-fuligem

de cubos recortados

galvanizam retratos

portáteis

 

Onde está o óxido

e o axioma da tradição?

Cidade velha

em nuvem de pó vermelho,

Seus sinos tocam sentidos

As catedrais continuam a esperar…

 

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